O movimento sindical no Brasil teve suas primeiras manifestações ainda no final do século XIX, impulsionado pelo avanço da industrialização e pela chegada de imigrantes europeus, que trouxeram consigo experiências de organização sindical e lutas por direitos trabalhistas. As condições de trabalho no período eram extremamente precárias: jornadas exaustivas, baixos salários, falta de legislação trabalhista e inexistência de segurança no trabalho.
A chegada de trabalhadores estrangeiros, especialmente italianos, espanhóis e portugueses, foi essencial para a formação das primeiras organizações operárias. Muitos desses imigrantes traziam ideais socialistas, anarquistas e comunistas, que influenciaram diretamente as lutas trabalhistas no Brasil. No final do século XIX, surgiram as primeiras associações de trabalhadores, que ainda não eram sindicatos formais, mas funcionavam como grupos de apoio e resistência contra a exploração laboral.
Um marco importante dessa fase foi a formação das primeiras ligas operárias, que tinham como objetivo organizar os trabalhadores para reivindicar melhores condições de trabalho e salários dignos. Essas organizações foram fundamentais para a construção de uma identidade coletiva entre os operários.
Apesar da repressão do Estado e da falta de direitos garantidos, as primeiras greves começaram a acontecer no início do século XX, culminando em momentos históricos como a Greve Geral de 1917, que será abordada no próximo artigo desta série. Esse período inicial foi essencial para a consolidação do sindicalismo no Brasil e para o desenvolvimento de uma luta organizada dos trabalhadores por melhores condições de vida e direitos laborais.